A ilustre Wanda Jackson, assim como Esquerita, é a artista
da segunda metade dos anos 50 injustiçada por excelência. Talvez porque era
dona de uma voz que explicitava atitude. Ou porque
transparecia o simples desejo de ousar. Ou porque podia ser entendida como a
personificação do inconformismo. Ou porque era mulher. Ou todas as hipóteses anteriores. Enfim, nada mais
justo que o epíteto “Queen Of Rockabilly”. Epíteto esse que dá nome à
recomendada coletânea composta de canções autorais e de covers lançada em
2000.
As 30 músicas evidenciam
o talento peculiar de uma garota eufórica e que simplesmente não enxergava muitos
limites na sociedade conservadora estadunidense de 1956. Nada melhor do que apreciar Fujiyama Mama, Hard Headed Woman, My
Baby Left Me, Rip It Up, Sticks and Stones e Let’s Have A Party para comprovar.
Em You Don’t Know, Baby, entretanto, sua voz atrevida dá lugar a um blues provocante e cheio de sentimento.
Diante de tantas virtudes, não é
difícil saber o motivo de Elvis tê-la namorado ou de sua introdução em 2009 no
Rock’n’Roll Hall of Fame, na categoria “Primeiras Influências”.
Sem mais
delongas.